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DANÇA, CHURRASCO E TRADIÇÃO

No CTG Estância Gaúcha do Planalto, amigos celebram a cultura

do Rio Grande do Sul e aliviam a saudade de casa

Por Giovanna dos Santos

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Centro de Tradições Gaúchas Estância Gaúcha do Planalto (CTG-EGP)

Foto: Giovanna dos Santos

Em um domingo no meio de setembro, logo após a missa da manhã no Salão da Campeira, o cheiro de churrasco começa a invadir o galpão ao ar livre, onde a brasa já queimava a lenha no chão havia horas. Ao longo da estradinha que guia o visitante até o casarão principal, um grupo de cinco peões orgulhosamente exibe as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul, do Distrito Federal e do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) em cima de seus cavalos. Começa oficialmente o almoço na Estância Gaúcha do Planalto. 

 

O famoso Costelão de Fogo de Chão tradicionalmente faz parte da Semana Farroupilha, evento organizado no local todos os anos em comemoração ao Dia do gaúcho, 20 de setembro. No segundo domingo de todo mês, o CTG do Estância realiza um costelão aberto ao público, e às sextas-feiras, um pequeno jantar exclusivo para os membros no Galpão Campeiro. Mas o costelão da Semana Farroupilha é diferente, já que se mistura a outras atividades culturais no decorrer de uma semana inteira, especialmente preparadas para aquele momento.

 

A programação do evento é um convite completo a todos aqueles que desejam vivenciar a cultura do Rio Grande do Sul na capital do país e a nostalgia de casa. Danças tradicionais, música folclórica, exposições de livros, aperos e facas para churrasco, declamação de poesias e desfile de pilcha, tradicional indumentária da cultura gauchesca, acompanham as diferentes comidas típicas que são preparadas nessa grande e duradoura festa.

Vídeo: Divulgação / CTG-EGP

"Aqui eu me sinto em casa"

O CTG Estância Gaúcha do Planalto fica no Setor Hípico Sul, com acesso pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA) e pela Estrada Parque Guará (EPGU). Logo na entrada, uma escultura de chimarrão dá as boas-vindas ao visitante, compondo a paisagem junto a um arco cujo nome do centro aparece estampado acima do slogan “Onde houver um gaúcho, o Rio Grande estará presente”.

 

Um refúgio para aqueles que sentem saudade de casa e uma oportunidade de conhecer mais sobre os costumes do RS para aqueles que não são do estado. A entidade está em funcionamento em Brasília desde 1979, e até hoje continua atraindo novos membros. Até quem não necessariamente associa-se ao CTG encontra no espaço uma forma de cultuar as tradições gaúchas e ajudar voluntariamente nos festejos.

 

No tão esperado costelão de fogo de chão, as enormes costelas cozinhadas na brasa por horas são levadas às mesas espalhadas pelo salão sede. Expostas em espetos, não é todo mundo que sabe cortar a carne, mas os gaúchos habituados aos facões de churrasco iniciam os trabalhos de corte enquanto uma fila de espectadores famintos se forma atrás dele, um verdadeiro show à parte.

 

O voluntário Marcelo Madruga, natural de Bagé (RS), é um dos que separaram o domingo para manusear o espeto e servir as pessoas. Marcelo não é um associado do CTG EGP, mas fez questão de comparecer à Semana Farroupilha e ajudar com o que fosse preciso.

 

“Aqui eu me sinto em casa”, diz o gaúcho, sorridente enquanto posa para uma foto ao lado do costelão. “Tem seis anos que eu frequento o centro de tradições, costumo vir de três em três meses. Até um ano atrás, eu viajava do sul até aqui, mas agora passei a morar em Brasília de vez. É que eu me apaixonei, sabe.”

 

Neste caso, Marcelo se refere à esposa ao seu lado, que conheceu na internet há seis anos e com quem está casado desde que se mudou para a capital. Segundo ele, o motivo da mudança foi exclusivamente o casamento, já que o sulista não é nada fã do clima de Brasília. Aqui ele se refere tanto à meteorologia quanto ao jeito mais reservado do brasiliense.

 

“Você é muito legal e simpática para ser de Brasília”, ri Marcelo, surpreso comigo, uma brasiliense pedindo para tirar uma foto dele e perguntando sobre sua história de vida.

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Marcelo Madruga no costelão da Semana Farroupilha

Fotos: Giovanna dos Santos

“Fazer parte de um CTG virou tradição de família”

“Um Centro de Tradições Gaúchas é um ambiente de divulgação de cultura. Trabalhamos com música, dança, declamação de poesia e causos gaúchos, e muitas outras coisas”, explica Maria Cleusa Guerra, 2ª vice-presidente da entidade e diretora artística. 

 

Diversos estados e regiões do Brasil têm ao menos um Centro de Tradições Gaúchas. O Distrito Federal tem três: o CTG Estância Gaúcha do Planalto, o CTG Jayme Caetano Braun Brasília e o CTG Sinuelo da Saudade. Maria Cleusa foi uma das responsáveis pela fundação do CTG EGP na capital, quando migrou para a região 45 anos atrás.

 

Nascida em 1936 na pequena fazenda do pai em São Francisco de Assis, Maria Cleusa mudou-se para Santa Maria (RS) ainda criança para estudar. Seu primeiro emprego foi como professora, justamente na escola na qual estudou. Não demorou muito para se tornar vice-diretora e coordenadora de cursos. Sua primeira ida a Brasília se deu graças a uma oportunidade para ministrar um curso de treinamento para professores.

 

Assim que retornou para casa, foi chamada para trabalhar na Secretaria da Educação do estado do Rio Grande do Sul. E após cinco anos coordenando projetos do Ministério da Educação (MEC) em Porto Alegre, Maria Cleusa foi definitivamente transferida para o MEC do Distrito Federal.

 

“Trouxe meu marido junto, é claro. Desde Santa Maria, onde nos casamos, toda vez que eu mudava de cidade ele ia junto”, conta a gaúcha. “Ele é militar, então fez o concurso para o Colégio Militar de Brasília e foi transferido também. A ideia era ficarmos aqui só dois anos, mas já estou há 45 anos.”

 

Maria Cleusa acredita em destino e em coincidência. “Meu marido não é gaúcho, ele é acreano. Foi servir (o Exército) em Santa Maria. A gente acha que estávamos destinados a nos conhecer, até porque o Acre só foi anexado ao Brasil quando um gaúcho tomou da Bolívia o território.” O homem a quem ela se refere foi José Plácido de Castro, político e militar que liderou a Revolução Acreana em 1902.

 

Ainda em Santa Maria, seu pai foi patrão de dois CTGs. Patrão e patroa são as denominações que os gaúchos utilizam para se referir a quem está na presidência da instituição. Ele também ajudou a criar a Associação Tradicionalista Estância do Minuano, que passou a ser frequentada por Nelson Marchezan, político que foi deputado estadual e federal do Rio Grande do Sul e vereador de Santa Maria.

 

O grupo de gaúchos que tocava essa associação cresceu tanto que, graças à mobilização dos membros e do apoio de nomes de influência como Marchezan, conseguiram em 1979 um terreno para criar uma sede no Planalto Central. Nascia então o primeiro CTG do DF, com a missão de viabilizar a história do Sul na capital do país através da promoção de atividades de natureza social, cultural, artística, desportiva, recreativa e filantrópica.

 

“Já fui patroa do CTG EGP três vezes e hoje sou a 2ª vice-presidente, meu pai passou boa parte da vida sendo associado a centros de tradições de Santa Maria. Minha filha, Ana Daniela, é a atual presidente do conselho deliberativo e meus netos estão crescendo aqui. Acabou que fazer parte de um CTG virou tradição de família”, conclui Maria Cleusa.

“Qualquer um pode dançar”

Relembrando da juventude com saudosismo, Maria Cleusa se orgulha de ter sido aluna de ninguém mais, ninguém menos que o compositor Paixão Côrtes (1927 - 2018), folclorista e pesquisador rio-grandense que foi uma das principais figuras contribuintes para a difusão da cultura gaúcha para além do estado. Foi o responsável pela criação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas, o 35 CTG, fundado em Porto Alegre em 24 de abril de 1948. Côrtes contou com a ajuda de outros historiadores sulistas, dentre eles, Luiz Carlos Barbosa Lessa.

 

Tanto Côrtes quanto Barbosa Lessa tiveram um importante papel na pesquisa de danças tradicionais e folclóricas rio-grandenses, e a contribuição de ambos para o ramo é refletida nas performances dos grupos de dança do CTG EGP. Maria Cleusa aprendeu sobre dança com Côrtes enquanto o folclorista ainda estava nas fases iniciais de sua pesquisa e testava técnicas e novas músicas com as turmas que ela auxiliava.

 

A partir dos ensinamentos desses estudiosos, os grupos de dança e seus instrutores seguem até hoje aprimorando técnicas com os trabalhos de novos pesquisadores que vieram depois. 

 

“Qualquer um pode dançar”. Segundo a vice-presidente, qualquer pessoa que se interessar pelos ritmos dançantes do Sul pode integrar um grupo de dança no CTG EGP. Além da dança tradicional e folclórica, também pratica-se a dança biriva, cujas origens no tropeirismo do Rio Grande do Sul remontam ao som da viola e ao sapateado.

 

Não existe limite de idade para dançar no CTG. O grupo mirim engloba crianças de 5 a 12 anos incompletos. O juvenil conta com adolescentes de 12 a 17 anos incompletos; o grupo adulto compreende a faixa etária de 17 a 30 anos; o grupo veterano, a faixa etária entre 30 e 50 anos; por fim, o grupo xirú reúne os associados com mais de 50 anos.

 

“É difícil explicar, mas xirú é como se fosse o cacique, o mais idoso, o pajé, que é aquele que sabe de tudo. Experiente e sábio”, reflete Salvador Cardoso, 58 anos, 1º peão veterano.

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Dias antes da Semana Farroupilha começar, Salvador comandava os ensaios finais do grupo xirú. Ao todo, oito casais de peões e prendas, designação para homens e mulheres gaúchas, respectivamente, se reuniram em várias noites de quinta-feira para dar os retoques finais à apresentação para o dia do costelão.

 

Algumas figuras importantes da patronagem da instituição fazem parte do grupo xirú, como o diretor de Administração e Patrimônio, Elcio Nascimento Silva, e o atual patrão do CTG, Sidney Bernal. Maria Cleusa também estava presente para monitorar os ensaios, na sua responsabilidade de diretora artística.

 

No fim, os ensaios renderam uma performance digna de muitos aplausos na Semana Farroupilha. Logo após o almoço, as pessoas se aglomeraram ao redor da área designada para assistir a dança e aproveitar a sanfona e demais instrumentos da banda que tocava no palco. 

Vídeo: Giovanna dos Santos

Vídeo: Giovanna dos Santos

“Dá uma rodadinha aí patrão”

O pessoal do CTG leva a vestimenta bastante a sério. Até mesmo durante os ensaios de dança. Os membros do grupo xirú apareceram nos ensaios devidamente trajados com a parte inferior de suas pilchas para treinar os movimentos da apresentação, e Salvador Cardoso tomou a liberdade de explicar detalhadamente sobre toda a indumentária, que faz parte da identidade do gaúcho.

 

“Eu sempre ando perfeitamente “pilchado” e sempre procuro usar o que eu tenho de melhor”, explica o peão veterano. Mostrou o cinturão recém comprado que estava usando, chamado guaiaca, de couro e com três bolsos atrás. “A guaiaca pode ser preta, marrom ou cor natural, sem tingimento, e pode ter até duas fivelas.”

 

Salvador seguiu descrevendo cada peça de roupa que um peão como ele utiliza hoje em dia. Durante o período de 1730 a 1820 aproximadamente, usava-se a bota garrão de potro, sem bico e feita com couro de animais que eram caçados no Sul, mais rústica devido a inexistência da profissão de sapateiro. Hoje, a bota comum é a bota forte, com bico e de couro reforçado.

 

A calça, chamada bombacha, pode ter larguras diferentes a depender da época. Ostenta estampas bordadas da mesma cor do restante da bombacha nas laterais, apelidadas de favo de mel. O favo não é obrigatório, mas os botões para apertar a bainha ao redor do tornozelo, sim. As bombachas modernas podem até conter zíper, mas as tradicionais contêm botões.

 

Dando uma verdadeira aula de história, Salvador faz questão de lembrar que “a bombacha não é dos gaúchos, viu? Ela chegou ao Brasil durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). Após a Guerra da Crimeia (1853-1856), os ingleses tinham produzido tantas calças para os militares que não conseguiram vender. Assim elas vieram para os militares paraguaios por serem de fácil uso na montaria e, com o processo de imigração, acabaram chegando ao Sul do nosso país”.

 

Enquanto Salvador explicava, outros membros iam chegando e se interessando pela conversa. Não é todo dia que uma pessoa de fora do CTG aparece perguntando sobre pilcha. Os rapazes então aproveitaram para exibir suas roupas, de que tem muito orgulho. Elcio Nascimento, diretor de administração e Patrimônio, e o patrão Sidney Bernal juntaram-se à roda antes de seguir para o ensaio geral.

“Olhe bem para o cinto do Bernal, como é diferente do meu.
Dá uma rodadinha aí patrão”, pede Salvador. 

Em meio ao clima descontraído e a risadas, o presidente do CTG não hesitou em desfilar um pouco para fornecer uma visão completa do vestuário. “Esse cinto não tem bolsos, mas aqui na frente ele tem uma fivela com correntes. Isso é chamado rastra, comumente usado pelos gaúchos argentinos e uruguaios”.

 

“As bombachas dos dois são mais largas. A minha é mais estreita, que são os gaúchos da serra que usam. Sem favo de mel, não gosto muito. Já a do Elcio é um pouco mais folgada, típica dos gaúchos da fronteira. E o Bernal aqui está usando a mais larga que tem, a bombacha campeira”, indica Salvador.

 

Quando deu a hora de começar o ensaio, o peão veterano precisou se retirar da conversa para conduzir os preparativos, acompanhado pelos demais. Por mais elucidativo e didático que o desfile improvisado tenha sido, foi na Semana Farroupilha que as roupas dos membros do CTG brilharam de verdade.

 

A diretoria artística organizou um desfile de pilchas onde peões e prendas, dos piás aos xirús, foram modelos de roupas pertencentes a quatro épocas da história do Rio Grande do Sul: 1730 a 1820; 1820 a 1865; 1865 a 1950; e 1950 aos dias atuais. Chamavam atenção os vestidos ornamentados e as bombachas estilizadas, acessórios como leques, chapéus de diferentes materiais e sombrinhas, além dos xales, ponchos e lenços de colarinho.

pintura do gotejamento
pintura do gotejamento

“Tem que estudar pra ser peão e prenda”

O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) de um estado ou região brasileira é uma entidade cívica, sem fins lucrativos, destinada a resgatar no tradicionalismo a preservação da cultura gaúcha. Cada MTG engloba todos os CTGs daquele estado ou região. 

 

No caso do Estância Gaúcha do Planalto e demais centros do DF, estes compõem o Movimento Tradicionalista Gaúcho do Planalto Central (MTG-PC) que, além do próprio DF, também engloba o Goiás, Minas Gerais, Oeste da Bahia, Tocantins e alguns estados do Nordeste que optaram por fazer parte do mesmo. Sua sede e foro jurídico estão situadas em Brasília.

 

“Tem que estudar pra ser peão e prenda”, informa Salvador. Essa realidade não diz respeito a todos os peões e prendas, e sim aos que ostentam uma faixa e integram a hierarquia da gestão de um CTG. “Se a pessoa desejar se tornar 1º, 2º ou 3º peão, ou 1ª, 2ª ou 3ª prenda, deve fazer um concurso.”

 

Dentro de cada categoria - mirim, juvenil, adulto, veterano e xirú - existem os peões e prendas de faixa que possuem funções e responsabilidades específicas. A diferença para aqueles sem faixa é que os concursados seguem determinadas tradições, como participar e ajudar nos eventos da entidade a qual são associados, e podem representá-la em qualquer lugar.

 

Cada MTG oferece concursos ao longo do ano, e aqueles que passam tornam-se 1º, 2º e 3º peão ou prenda daquele MTG. Salvador Cardoso é o 1º peão veterano de todo o MTG-PC. “O que eu deveria ser é peão xirú, dado à minha idade. Porém, quando eu fiz a prova em junho deste ano, não estava tendo concurso para a terceira idade. Virei veterano mesmo”, conta ele.

 

Dentre os pré-requisitos para as provas, é necessário saber história, geografia, folclore, dança, declamação de poesia e causo, canto, artesanato e cozinha. As prendas devem aprender a cozinhar alguns pratos típicos do Rio Grande do Sul. Já os peões se especializam nos hábitos campeiros, o que inclui habilidades de montaria e conhecimento das encilhas, os aparatos para amarrar o cavalo.

 

A gestão para os principais cargos no CTG, tanto para peões e prendas de faixa quanto para vice-presidentes e o patrão ou patroa, tem a duração de dois anos. O presidente do CTG EGP, Sidney Bernal, já está no exercício de seu terceiro mandato.

 

“Entrei no Estância em setembro de 1992,  fui patrão de 1999 a 2001 e reeleito para a gestão de 2001 a 2003. Agora os associados da instituição me escolheram novamente para assumir o cargo de outubro de 2023 a outubro de 2025”, explica o patrão do CTG. 

 

Bernal disse ainda que existem três formas de exercer uma função na entidade: por meio de concurso para peão e prenda de faixa; por eleição para a presidência e 1ª e 2ª vice-presidência; ou por indicação do(a) presidente para compor a diretoria executiva ou conselho deliberativo.

 

“Este é um dos principais papeis do patrão ou patroa, escolher pessoas de confiança para serem membros dessa patronagem. Também fico responsável por me reunir com os diretores e diretoras dos vários departamentos que temos, para discutir as programações do Estância para o ano inteiro, montar o calendário anual e estabelecer metas para cada departamento”, conclui Sidney Bernal.

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Concurso de peões e prendas do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Planalto Central; Salvador Cardoso é o terceiro da esquerda para a direita.

Fonte: MTG-PC

“Ser gaúcho é um estado de espírito”

“Tem pessoas que nunca foram ao Rio Grande do Sul e que aparecem no CTG, curiosos para conhecer a nossa cultura. E tem rio-grandenses que nunca sequer colocaram uma pilcha, tomaram um chimarrão, ou experimentaram dos muitos outros costumes que temos”. 

 

Ao contrário do que se possa imaginar, não é preciso ter nascido no RS para ser chamado de gaúcho. Pelo menos é assim que se sentem os membros do CTG. Continuando a defender essa posição, Salvador Cardoso adiciona: “Eu mesmo nasci no Rio de Janeiro e estou aqui como 1º peão veterano do MTG-PC. Já o nosso diretor Elcio é natural do Ceará. Mas eu evito falar que sou carioca porque, como ando sempre bem “pilchado”, as pessoas costumam não acreditar que não sou do Rio Grande do Sul”.

 

O que realmente importa é o interesse em conhecer e viver a cultura gauchesca com frequência. É a vontade de celebrar as tradições por meio da participação de atividades de divulgação e lembrança do legado sulista transmitido de geração em geração.

 

Bernal compartilha do mesmo pensamento. “Se você quiser cultuar os hábitos da nossa comunidade, você será gaúcho. Não precisa ter nascido lá. Ser gaúcho é um estado de espírito, esse é o conceito”. 

 

O CTG Estância Gaúcha do Planalto está sempre de portas abertas a todos aqueles que são ou querem ser gaúchos. E “onde houver um gaúcho, o Rio Grande estará presente”.

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Foto: Giovanna dos Santos

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